Tiro, Porrada e Aula #06: Aprendendo com o passado

Atiradores!

Mesmo estudando toda a teoria e as regras, existem algumas coisas que só a experiência pode mesmo transmitir. Por isso que assistir outras pessoas jogando pode ser uma forma incrível de aprender novas técnicas, pois elas podem aplicá-las em situações reais e podemos absorver como elas fazem isso.

Seguindo esse princípio, resolvemos revisitar as finais do PBWC de 2016 e 2017, para ver quais foram as táticas que levaram os times a serem campeões. Sem mais delongas, vamos começar nossa viagem no tempo!

PBWC 2016
Times: 2K (BR) e Signature (TH)
Placar:

  • Jogo 1: 2K 5x8 Signature

  • Jogo 2: 2K 8x6 Signature

  • Jogo 3: 2K 8x3 Signature

O time brasileiro se mostra muito mais aberto a diferentes armas do que o oponente tailandês. A Signature se mostrou um time muito focado no uso das duals, especificamente a OA-93, chegando a ter quatro delas em campo simultaneamente nas mãos dos orientais. A princípio, a pressão ofensiva dos adversários foi tamanha que mesmo com uma arma melhor em combates a distância (no caso, a AUG), os brasileiros foram apertados até ceder o primeiro round.

Nessa situação, mais do que a escolha de armas, a movimentação foi o essencial. Os jogadores da Tailândia apresentaram um conhecimento profundo do mapa Stormtube e de seus companheiros, se movimentando com liberdade e ganhando espaço muito rápido. Isso acabou se mostrando problemático quando migraram para Luxville, mais fechado, no qual a 2K consegue fazer um excelente uso da C-5 para pressionar as rotas que seus oponentes seguiriam, chegando a eliminar metade do time numa única explosão.

Na terceira rodada que o time brasileiro mostra que a engenhosidade pode vencer a força bruta. O jogador FZN praticamente puxa o time para diferentes abordagens, round por round, escolhendo entre a sniper ou sua própria OA, com o time acompanhando de acordo com o que ele fazia. Se estivesse de dual, seguiam de forma agressiva, enquanto o sniper era protegido para que ele pudesse “pescar” seus adversários. Esse tipo de tática mais inesperada desmontou a ofensiva tailandesa e garantiu o espaço dos jogadores no topo do pódio de 2016.

PBWC 2017
Times: ZNation (RUS) e Signature.PB (TH)
Placar:

  • Jogo 1: ZNation 7x9 Signature.PB

  • Jogo 2: ZNation 2x8 Signature.PB

A segunda final de mundial mostra a onipresença de AUGs e duals na cena competitiva. ZNation começa avançando com 3 AUGs e 2 OAs, enquanto a Signature fez sua defesa com 3 OAs e 2 AUGs, fazendo a troca de balas a curto alcance ser bastante intensa. O que foi decisivo no primeiro embate foi justamente o posicionamento, saber atirar bem por entre paredes e portas e conhecer bem o mapa. Saber bem as rotas e ler o oponente a ponto de definir por onde ele vai seguir é imperial numa situação dessas.

A Signature desse segundo PBWC se mostrou muito mais versátil e cabeça aberta do que a primeira, flexionando as armas escolhidas de acordo com a situação e sabendo variar quando necessário. Uma das AUGs é trocada por uma Chey e a pressão em cima dos russos fica intensa, trocando de tática conforme a necessidade para sufocar os oponentes e pegá-los de surpresa. A cabeça quente não foi capaz de resistir às investidas dos tailandeses, que fecharam rapidamente o embate com a tática herdada do campeonato anterior.

E o que aprendemos?

Em ambos os jogos, é perceptível que adaptação é a mais valiosa habilidade de um jogador profissional. Tudo bem você se especializar em uma arma, especialmente se ela for uma das mais fortes, mas isso também te torna extremamente previsível. Ao ver tantas duals e AUGs por aí, você acaba se acostumando com o comportamento da arma, dominando cada vez mais o distanciamento e o ritmo delas para conseguir a vitória. É por isso que saber utilizar armas inesperadas é essencial para ser um jogador completo.

Simultaneamente, saber lidar com a troca de armas do inimigo é importante, não somente para um jogador mas para todo o time. Dominar a habilidade de trocar de tática no meio da situação, a flexibilidade de estratégia, é o que fez os dois últimos campeões levarem o caneco. Então, se quer chegar no topo, já sabe por onde começar: pratique com o maior número possível de armas que puder!

A aula de hoje encerra aqui, mas na próxima semana falaremos um pouco mais sobre técnicas para ser um mestre no metagame!

Foco no alvo e nos vemos na próxima semana!